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Especialistas comentam as possibilidades

A casa que era de seus avós, que ficou para seus pais e foi herdada por você está precisando de uma reforma. Para quem tem um imóvel antigo em mãos pode surgir a dúvida sobre se é melhor reformar a construção ou demoli-la e construir uma nova residência no lugar. Consultamos alguns especialistas para entender quando uma ou outra opção é a mais indicada.

Para Jorge Batlouni, coordenador do grupo de estruturas do comitê de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), a idade não é o principal fator que determina se o imóvel é antigo ou não. “O imóvel pode ser considerado antigo quando as características de desempenho não estão mais atendendo aos seus usuários“, indica o engenheiro.

As manutenções periódicas são fundamentais para manter o imóvel em condições adequadas de uso e evitar a necessidade de grandes intervenções no futuro. De acordo com o engenheiro civil José Ricardo Pinto, diretor cultural do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia), mesmo com 30 anos de idade ou mais, um imóvel que tenha recebido as manutenções, como pintura da fachada a cada três anos e revisão do rejunte de azulejos, não vai deixar de atender as necessidades dos moradores.

A cada 25 ou 30 anos, no entanto, duas intervenções consideradas de grande porte precisam ser feitas: a substituição das instalações elétrica e hidráulica. Nas construções que hoje têm esta idade, por exemplo, os canos de água são de ferro galvanizado, que era a tecnologia da época e tinha vida útil de 15 anos. Atualmente, o material usado é o PVC.

“Num imóvel de trinta anos a primeira necessidade de reforma que se manifesta é da tubulação [elétrica]. Há 30 anos não havia televisão a cabo e internet e consequentemente a fiação não está preparada para receber essas instalações”, comenta José Ricardo Pinto. Outra atualização frequente citada pelo diretor do Ibape-SP é a troca de azulejos, que, quando removidos, acabam revelando a necessidade de mexer na tubulação hidráulica, o que pode aumentar o custo e tempo inicial da reforma.

Veja na próxima página os fatores que fazem da demolição a melhor opção para alguns imóveis antigos.

Novo projeto

De acordo com José Ricardo Pinto, em relação à parte estrutural, não existe muita diferença entre o que era feito há 30 anos e hoje, a não ser no que se refere a esquadrias, que atualmente possuem isolamento acústico. Mas, se junto à reforma das tubulações os moradores tiverem a pretensão de remodelar ambientes, pode ser a hora de partir para uma nova construção.

“Se as intervenções da reforma se restringirem a trocar azulejos e fazer a pintura, não são grandes alterações. Agora, derrubar paredes e trocar telhados é um interferência pesada”, ressalta o diretor do Ibape-SP. O coordenador do SindusCon-SP, Jorge Batlouni, segue a mesma linha de diferenciação. “Há casos em que poderá valer a pena demolir o imóvel e construir outro no local, principalmente quando as reformas exigirem muitas alterações da planta original, requerendo grandes mudanças na fundação, na estrutura e na alvenaria”, argumenta

Quando o imóvel antigo for descaracterizado, é preciso levar em conta o custo da reforma, que pode superar os gastos com uma nova construção. “A melhor maneira de avaliar é fazer um orçamento da reforma o mais detalhado possível e compará-lo com o preço de construção de uma casa nova. Com essas informações, o proprietário poderá fazer uma análise segura e optar pela solução que melhor lhe couber”, recomenda Jorge Batlouni.

Para esta avaliação, assim como para acompanhar a obra da reforma, é preciso contar com o amparo de profissionais de engenharia. “Uma casa antiga vai sofrer com a reforma, por isso é necessário acompanhamento por parte de um engenheiro, que também vai poder avaliar o projeto da reforma e indicar se é melhor deixá-lo de lado”, explica José Ricardo Pinto. Ele cita que pode ser apropriada a busca por um calculista, que é o engenheiro especializado em fazer projetos estruturais.

Por: Bebel Marrey Ferreira  / fonte: http://bbel.uol.com.br/decoracao/reformar-o-imovel-antigo-ou-construir-outro-no-lugar-3/

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